quarta-feira, 24 de abril de 2013

Crítica
Oblivion - Esquecido


Em Oblivion, Jack Harper, interpretado por Tom Cruise, faz parte de uma tripulação de duas pessoas com a tarefa de proteger os recursos que ainda restam na Terra após uma invasão alienígena que deixou o planeta inabitável. Juntamente com a sua parceira Victoria (Andrea Riseborough), Jack é um técnico encarregado da manutenção dos drones, robôs feitos para a defesa dos mesmos recursos contra os “Scavengers”, os Predadores que supostamente deixaram a Terra nesse estado.

O par é apoiado pela comandante da missão Sally, Melissa Leo no seu papel, que controla as operações a bordo do TET, a estação principal situada na órbita do planeta. O filme começa duas semanas antes do término da missão, Jack e Victoria teriam então recolhido matéria-prima suficiente garantido a sobrevivência humana a longo prazo, sendo que no final destas últimas duas semanas o par se juntaria então aos restantes sobreviventes em Titã, a maior lua de Saturno. Mas é de um momento para o outro quando Jack reparava um dos drones que tinha sido atacado pelos Predadores que se levantam questões sobre a sua missão, ao mesmo tempo que surgem memórias antigas.


Joseph Kosinksi, director de TRON: O Legado, traz a Oblivion a sua experiência em ficção-científica, não sendo estranho algum no mundo da tecnologia futurística e dos efeitos especiais, sendo que neste seu novo original, conta com uma história mais contemplativa, não incluindo apenas acção como cenas memoráveis e o desenvolver da história do princípio ao fim. Trata-se de um equilíbrio intimidante e raro de encontrar, especialmente num projecto que é tão pessoal, sendo que até ao desenrolar dos créditos finais, Kosinski foi o responsável principal de Oblivion, na história inicial, na adaptação do guião e na sua direcção.

Oblivion, conta com uma história cativante, com reviravoltas interessantes e em certas alturas, ainda que por breves momentos, com algum humor e leveza. Os fãs de ficção científica serão capazes de antecipar um pouco o final, principalmente a certa altura em que se torna previsível, ainda que mesmo com estes espectadores experientes a adivinharem o final acertadamente, não deixam de ter a sua recompensa emocional final que seria pretendida.


Aliás, Esquecido, coloca ênfase principalmente na sua personagem principal em praticamente todos os elementos da produção, deixando alguns espectadores que esperariam uma guerra pós-apocalíptica um pouco desiludidos com alguma acção limitada nesse aspecto. Ainda que o filme contemple com muitas cenas de combate interessantes, cada uma com o seu estilo “limpo” e “liso” característico de filmes de ficção-científica, e de quem conhece TRON, nota aí muitas parecenças principalmente nos cenários “limpos”, no entanto, peca por num mundo tão bem construído, falta acção a uma escala maior, equiparando-se com o tamanho de cada cenário. Assim, Oblivion, pega no elemento mistério e anexa ao de ficção-científica, com muita tensão de maneira a manter a audiência envolvida.

Considerando o pequeno elenco, Tom Cruise é o responsável pelos melhores momentos de Oblivion, trata-se de um protagonista simpático e contemplativo que se encaixa dentro do Cruise que nos tem vindo a habituar durante tantos anos, sendo o herói em tantos outros filmes, desta vez, com Jack, decidiu ser um pouco mais delicado, sendo uma personagem mais convidativa.


Mas as estrelas não ficam por aqui, Andrea Riseborough como Victoria, directora de comunicações de Jack e sua única confidente, ao contrário de Jack, está ansiosa para se reunir com os restantes sobreviventes em Titã. Mas em personagens secundárias, e mesmo com um curto papel, Morgan Freeman consegue mais uma vez roubar parte do espectáculo, oferecendo adições significativas para a história de Oblivion, juntamente com Nikolaj Coster-Waldau que tem vindo a crescer ultimamente cinematograficamente, Melissa Leo e Olga Kurylenko, cada um com os seus próprios momentos no centro das atenções.

Kosinski, deve muito do sucesso de Oblivion ao departamento de efeitos especiais, uma vez que trouxeram dois dos mais interessantes elementos para a vida, primeiramente os drones, e uma Nova Iorque do pós-guerra. Os drones, robôs aéreos fascinantes, máquinas de matar, a paisagem, contemplando-se morta, destruída, na guerra, apresentando elementos da sua antiga glória em algumas das cenas mais absorventes do filme, tomando como exemplo, a tocha da Estátua da Liberdade imóvel numa ravina, apresentando-se a meio de uma perseguição de alta intensidade, tornando-se lembretes constantes da destruição causada pelo ataque alienígena.


Oblivion, não é o filme mais emocionante ou a experiência mais inteligente da ficção-científica, fãs de acção poderão ficar desapontados com a quantidade limitada de tiroteios e outras cenas de acção, e os espectadores que procuram mundos de ficção podem encontrar muitos traços familiares. Com um trauma previsível de se revelar, mantem de qualquer forma a criação alucinante que Kosinksi imaginou, o director apresenta um futuro fascinante com visuais ricos e um protagonista intrigante. Oblivion poderia facilmente se ter tornado uma experiência complicada, em vez disso, o filme mantém um foco assente na jornada do personagem de Jack, que felizmente é uma “equipa eficaz” de drama e aventura pós apocalíptica.



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